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Esquerda e moral

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Há tempos escrevi uma espécie de ajuste de contas pessoal com o marxismo, que republico aqui . Era um balanço das ideias marxistas radicais que professei na minha juventude - e talvez uma tentativa de encontrar uma saída do niilismo centrista em que me mantive desde que as abandonei, há 29 anos. Mas bater no marxismo é fácil, dada a sua completa falência histórica. O que não é nada fácil é imaginar o que se lhe segue, como filosofia do pensamento e da acção progressista. Era nesse ponto que o meu artigo me deixou insatisfeito. Pensar no futuro, pois. Deverá haver uma continuidade do pensamento progressista? Sem dúvida, pelo menos para manter o equilíbrio político. Com tantos problemas difíceis a exigir soluções, da situação ambiental à crise económica, das desigualdades no mundo às opções morais individuais, da concepção do estado e do cidadão à visão do mundo, tem que haver um renascimento do pensamento progressista gerador de políticas mais criativas, de opções mais interessantes...

Marxistas de todo o mundo…

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Uni-vos? Ná! Bem, a verdade é que se tu, leitor, ainda és marxista, o único conselho que tenho para ti é teres juízo. No entanto, há questões relacionadas com o marxismo que enchem de perplexidade qualquer um, em especial um ex-marxista como eu. A principal delas é: qual é o lugar histórico do marxismo? A segunda é saber onde é que esta ideologia estava errada. Ou dito de outro modo, onde é que eu errei ao aderir àquilo? Isto são perguntas relacionadas com o passado, com o rescaldo dos nossos erros, ou, já que escolhi não fugir com o rabo à seringa, com um exame de consciência pessoal. A última questão, porventura a mais importante, tem a ver com o futuro. E agora? Depois do marxismo, o quê? Posso deixar correr para o oblívio as minhas memórias, dizer apenas, quando elas me importunam um pouco, "oh, que idiota eu fui, que idealista inocente", e ficar-me por aí. Mas fica a questão do lugar do marxismo na História. Aquilo foi um sonho lindo que não resultou? Ou antes um...

Susan e Janis

Esta noite saí e bebi uma quantidade apreciável de gin-tonics. Portanto vou falar de coisas de que normalmente não falaria. Leonard Cohen é o meu grande herói cantor. Nem sequer canta grande coisa, mas exprime coisas profundas e simples que mais de uma vez me deixaram à beira das lágrimas (o que para mim não é nada fácil). No meio dos anos 60, a canção que fez o sucesso de Leonard Cohen foi "Susan". Aqui está uma interpretação em duo com Judy Collins (que foi a primeira intérprete) em 1976. Suzanne takes you down To her place near the river You can hear the boats go by You can spend the night beside her And you know that shes half crazy But thats why you want to be there And she feeds you tea and oranges That come all the way from china And just when you mean to tell her That you have no love to give her Then she gets you on her wavelength And she lets the river answer That youve always been her lover And you want to travel with her And you want to travel ...

A Guerra de Três Biliões de Dólares

Joseph Stiglitz ganhou o Nobel de Economia em 2001 com um estudo sobre os "mercados com informação assimétrica" e demonstrou que as transacções favorecem sempre os que dispõem de mais informação, pregando com isso o último prego no caixão do liberalismo económico. Diz ele que a razão porque a mão invisível de Adam Smith é invisível é porque "ou está paralítica ou não existe" . Stiglitz escreveu recentemente um livro, "The Three Trillion Dollar War" , estimando os custos reais da guerra do Iraque (3 triliões de dólares para um americano são 3 biliões de dólares para um europeu, ou US$ 3 000 000 000, ou ainda US$ 3,0E+12. De notar que o Produto Mundial Bruto são 65 biliões de dólares, ou US$ 65E+12 — ver post anterior ). Já há uns tempos que ando a matutar sobre os custos das guerras nos tempos modernos. Em todos ou quase todos os casos, nas últimas décadas, creio que os custos foram ruinosos, quer para agressores quer para agredidos. Até, digamos, tal...

O que são 1,2 biliões de dólares?

Só num dia, na Wall Street, foi destruído todo o produto nacional bruto da Rússia ou da Coreia do Sul. Isto sem contar com descidas dramáticas nas outras bolsas mundiais. Pior ainda, as descidas (ou melhor, quedas) vão continuar... Em 29 de Setembro de 2008, na sequência da falência do voto no Congresso dos EUA sobre a proposta de George W. Bush do fundo de 700 mil milhões de dólares (700 biliões, na denominação americana) para impedir a derrocada da bolsa de Nova Iorque, esta entrou em pânico. Ao saber-se do fracasso na Câmara de Representantes, o índice industrial DOW desceu abruptamente 770 pontos, o que corresponde a 1,2 biliões de dólares (ou 1,2 triliões americanos) em perdas no valor dos títulos. Para se perceber a escala da catástrofe, pode-se dizer que num dia foram destruídos 2% do produto mundial bruto, ou seja, todo o produto nacional bruto da Coreia do Sul ou da Rússia! Ou ainda, quase 55 vezes o produto nacional bruto português (230.500 milhões de dólares PPP ...

Esbjörn Svensson ao vivo

Esbjörn Svensson Trio interpreta "Serenade for the Renegade" live no festival Jazz à Juan Les Pins festival em França em 19 de Julho de 2003.

Três híbridos em série impressionantes

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Eis três veículos impressionantes que mostram o futuro das novas tecnologias automóveis. Os três são híbridos plug-in em série (gerador-bateria-motor) com motores eléctricos inseridos nas rodas, logo sem qualquer espécie de transmissão mecânica. Plug-in quer dizer que podem ser carregados por uma tomada de corrente doméstica. O gerador é um pequeno motor de combustão interna que só é chamado a trabalhar se a viagem for muito longa ou o condutor for muito tipo fórmula um. Todas as baterias são de iões de lítio, como baterias de telemóvel gigantes. É de notar que só um deles saiu dos esforços da grande indústria (Mitsubishi). Mini QED De fotos_do_Blog O Mini QED é um veículo de demonstração de alta performance criado pela PML Flightlink (empresa inglesa que também fabrica micromotores para electrónica, joysticks, etc.), pioneira da roda-motor, para chamar atenção para esta tecnologia por parte da indústria automóvel e do público. A tracção às quatro rodas é controlada por um comp...