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A mostrar mensagens de março, 2010

Morte, essa ideia absurda

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Não adianta andar a fugir com o rabo à seringa. Este assunto, se bem que desagradável, tem que ser encarado. Por uma razão muito simples, é que eu, tal como vocês, sou mortal. Vai-me acontecer um dia destes, é garantido. Se eu tiver alguma influência no caso, prefiro que seja tarde, mas mesmo assim é garantido. É que nós, humanos, temos uma grande dificuldade em encarar a morte. Na verdade, se for humanamente possível, nem sequer pensamos nisso. Mas de vez em quando a vida obriga-nos a encarar o assunto. Então ligamos a máquina da treta e produzimos as mais extravagantes ideias, sonhos, fantasias, sempre com o mesmo objectivo: não encarar a morte de frente.

Enguias em Vale de Cavalos

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Enguias. Fritas, ensopadas, incluídas nas caldeiradas. Quem não é maluco por elas? Aqui na bacia do Tejo, temos a zona de Porto Alto como a principal fabricante. Já lá comi bem, já lá comi mal. Resultados do sucesso.

Sangue na água – começou o espectáculo!

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Andei armado em Cassandra, a avisar que se aproximavam ameaças graves para o nosso país, no seguimento da crise da Grécia. Escrevi uma série de artigos neste meu blogue, intitulados precisamente Sangue na Água . Não é que a minha voz tenha importância ou que eu perceba alguma coisa de finanças. Fiz o meu dever de cidadão. Nunca esperei que este meu triste país reagisse à ameaça, nem que os ridículos aparelhos políticos que o governam — ou que se governam com ele — tomassem alguma medida preventiva. Tudo se passa com a inevitabilidade majestosa de uma tragédia portuguesa ou grega. Hoje caiu o outro sapato. A Standard & Poor e a Fitch baixaram o rating da dívida portuguesa. Tal como na Grécia, a nossa tragédia, ou farsa, ou tragicomédia começa assim.

Amigas (ou o homem que gosta de mulheres)

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Ah, eu devia ter vivido outra vida! Devia ter tido sempre um monte de amigas. É verdade, posso viver sem mulher, mas sem amigas não. Casar com elas é que não dá resultado. É diferente. Nunca consegues ter com a tua mulher o entendimento profundo que tens com uma amiga. Eu casei-me três vezes e tenho de confessar que fui feliz. Por diferentes razões e em diferentes contextos, fui feliz. Também sofri muito, por diferentes razões e em diferentes contextos, mas isso faz parte. Se não conheceres a fome, em qualquer ponto da tua vida, nunca conhecerás o prazer de comer. Se nunca estiveste só, nunca desfrutarás o prazer de ter companhia. Sem privação, nunca terás o verdadeiro prazer do sexo. Sem saudades, nunca sentirás o prazer de encontrar quem amas. Nunca pode haver felicidade eterna, porque a felicidade não faz sentido sem a infelicidade.

Em verdade vos digo

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Em verdade vos digo: é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um papa ser justo. Em verdade vos digo: é mais fácil centenas, milhares de crianças serem maltratadas, espancadas, insultadas e violadas; É mais fácil esconder os violadores, transferi-los para junto de mais crianças, deixá-los morrer de velhos; É mais fácil mentir, insultar de novo em adulto, com o epíteto de mentiroso, quem já foi espancado e violado em criança; É mais fácil gastar o dinheiro do peditório para tentar calar a boca aos injustiçados; É mais fácil taxar de inimigos todos os que não calam a injustiça; Tudo isso é mais fácil do que um papa confessar o seu crime.

Provincianos

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Podem não ligar muito à minha opinião, mas não podem ignorar a de Fernando Pessoa. Ele e eu estamos inteiramente de acordo num ponto: “Se (…) quisermos resumir num síndroma o mal superior português, diremos que esse mal consiste no provincianismo.” (Fernando Pessoa, O Provincianismo Português , Guimarães Editores, 2006, online em multipessoa.net ) O mal supremo dos portugueses é serem provincianos. Pois. Já o sabia há muito, antes de ter encontrado este livrinho luminoso. Sofro quase fisicamente, quando sou confrontado com as ideias limitadas e tacanhas dos meus compatriotas. Não que eu seja especialmente cosmopolita, mas procuro ter uma perspectiva global das coisas, bem como avaliar (e amar) as nossas coisas dentro dessa perspectiva.

Cachupa na Tia Bé

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Tarde de domingo, telefona-me o Natalino. “Ó pá, estou-me a levantar agora e queria saber se queres ir jantar. Conversar, e tal…” Ele faz o turno da noite num táxi em Lisboa, portanto o horário confere. E o domingo é o seu único dia (noite) livre. “Ok, aparece no Charnequeiro lá para as sete e meia, a ver se descobrimos para aí uma manjedoura qualquer.” Não estava mais ninguém disponível para alinhar no jantar. O Charnequeiro estava-se a encher de benfiquistas para verem o Benfica-Paços de Ferreira, uns por não terem Sport TV, outros pelo ambiente. Só depois de pensar noutras possibilidades é que me lembrei da Tia Bé. O Natalino não conhecia, mas quando lhe falei na cachupa, arrebitou logo os orelhas.

Ana Lamy, U2, Salman Rushdie e o cã-cã

É assim que as coisas acontecem: a minha vizinha Ana Lamy (agora na Super FM 104.8 ) publicou no seu Facebook uma ligação no Youtube a Unforgettable Fire , dos U2. Eu sou mais tipo Antena 2, bué da clássico e  erudito, tazaver, mas de vez em quando tenho uns acessos de chilaute, pope e roque. Lá fui ver. Vídeo puxa vídeo e acabei a ver este, de que gosto mais: The Ground Beneath Her Feet :

Sangue na água 3

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Mais notícias inquietantes para Portugal, do Eurointelligence , uma newsletter sobre finanças europeias que recebo:   Alemanha inclina-se para a não concessão de auxílio à Grécia Parece que a Alemanha está a endurecer a sua posição. No fim de semana, Angela Merkel disse à TV alemã que a melhor ajuda que Alemanha pode oferecer é insistir para que a Grécia faça o seus trabalho de casa. O Financial Times Deutschland relata que o porta-voz do governo grego Giorgos Petalotis disse, durante uma visita à Alemanha, que o país estava a sofrer com os ataques especulativos, em resultado dos quais tem de pagar juros três vezes mais elevados que os da Alemanha. Merkel deve reunir-se na sexta-feira com Papandreou. O jornal grego Kathimerini também abre com essa história, interpretando a entrevista de Angela Merkel como uma decisão de não dar dinheiro. Cita também a chanceler alemã como negando firmemente relatos de que um pacote de resgate já teria sido elaborado, à espera de ser acord