Que deve a Rússia fazer com a Ucrânia?

Este é o artigo que foi publicado pela agência noticiosa estatal russa RIA-Novosti (russo: РИА Новости). Este meio de comunicação social ao longo dos anos foi uma das principais vozes da propaganda russa e das notícias falsas.

A RIA-Novosti é conhecida pelo seu apoio sistemático ao Kremlin, violação das normas jornalísticas e trabalha de acordo com o chamado “temnik” (directivas e agendas do governo). A posição neste artigo corresponde à posição da Rússia.

Este artigo em particular é uma indicação da narrativa principal russa neste momento. A RIA-Novosti está a tentar esconder crimes russos e espalhar mentiras cínicas sobre o exército ucraniano, mas também a defender um programa de destruição em larga escala da Ucrânia independente.

O autor, um conselheiro político de Putin, também tem a audácia de falar sobre a ocupação soviética da Ucrânia. Tenta apoiar a narrativa de Putin sobre a Ucrânia como um país artificial. Em vez disso, o mundo deveria recordar que a União Soviética aterrorizou a Ucrânia durante quase um século com a coletivização forçada, a Grande Purga, o Terror-Fome (Holodomor), a deportação forçada, etc.

É de notar que não se trata, de forma alguma, de uma posição isolada. O artigo pormenoriza os intentos de Putin, mostrados no seu famoso artigo sobre a Ucrânia, e as posições mais violentas expostas repetidamente pelo vice-presidente Medvedev.

Já estamos habituados, mas é patente a perversão da linguagem, um exemplo flagrante de uso da novilíngua de Orwell. Qualquer patriota ucraniano é referido como nazi ou banderista, os países ocidentais ou pessoas que se opõem ao expansionismo russo são todos também fascistas e nazis. Mas, com o uso destes termos perversos, o autor detalha um plano de terror e de opressão distópica da Ucrânia, de massacres generalizados e punição coletiva.

É notável a ideia de que a maioria do povo ucraniano é nazi (a hipótese de “bom povo — mau governo” não se aplica) e que, em consequência, a maioria do povo tem que ser castigada.

[Usei uma tradução ucraniana para inglês do texto russo da Ria-Novosti, mas confrontei-o com uma tradução direta automática desse texto, para verificar que não tinha sido adulterado.]

Que deve a Rússia fazer com a Ucrânia?

Tradução do artigo Что Россия должна сделать с Украиной publicado na Ria-Novosti em 3/4/2022.

Timofey Sergeytsev

Bandeiras da Ucrânia e do Sector Direito encontradas num antigo complexo das Forças Armadas da Ucrânia perto de Mariupol. Foto de arquivo

Escrevemos sobre a inevitabilidade da desnazificação da Ucrânia já em Abril passado. Não precisamos de uma Ucrânia nazi, banderista, inimiga da Rússia e um instrumento do Ocidente utilizado para destruir a Rússia. Hoje em dia, a questão da desnazificação tomou um rumo prático.

A desnazificação é necessária quando um número considerável da população (muito provavelmente a maior parte dela) foi sujeita ao regime nazi e se envolveu na sua agenda. Isto é, quando a hipótese de “bom povo — mau governo” não se aplica. O reconhecimento deste facto constitui a espinha dorsal da política de desnazificação e de todas as suas medidas, enquanto que o próprio facto constitui o seu assunto.

Esta é a situação em que a Ucrânia se encontra. O facto de o eleitor ucraniano ter escolhido entre a “paz Poroshenko” e a “paz Zelenskyy” não deve iludir: Os ucranianos estavam bastante satisfeitos com o caminho mais curto para a paz através de uma blitzkrieg, que foi fortemente aludida pelos dois últimos presidentes ucranianos quando foram eleitos. Este foi o método utilizado para “pacificar” os antifascistas caseiros em Odessa, Kharkiv, Dnipropetrovsk, Mariupol, e outras cidades russas — o método do terror total. E os ucranianos comuns estavam contentes com ele. A desnazificação é um conjunto de ações destinadas à maioria da população nazificada, que tecnicamente não pode ser punida diretamente como criminosos de guerra.

Os residentes de Mariupol recebem ajuda humanitária dos combatentes das Milícias Populares da DNR enviados da Rússia — RIA Novosti, 26.03.2022

Os nazis que pegaram em armas devem ser destruídos no campo de batalha, o maior número possível deles. Não deve ser feita qualquer distinção significativa entre as Forças Armadas da Ucrânia e os chamados “batalhões nacionalistas”, bem como a Defesa Territorial, que se juntaram aos dois outros tipos de unidades militares. Todos eles são igualmente cúmplices da violência horrenda contra civis, igualmente cúmplices do genocídio do povo russo, e não cumprem as leis e costumes da guerra. Os criminosos de guerra e os nazis cativos devem ser punidos de forma a darem um exemplo e uma demonstração. Deve ser conduzida uma lustração [saneamento] total. Todas as organizações envolvidas em ações nazis devem ser eliminadas e proibidas. No entanto, para além das fileiras mais elevadas, um número significativo de pessoas comuns é também culpado de serem nazis passivos e cúmplices nazis. Apoiaram as autoridades nazis e fizeram-lhes favores. Uma punição justa para esta parte da população só pode ser possível através de suportar as inevitáveis dificuldades de uma guerra justa contra o sistema nazi, travada da forma mais cuidadosa e parcimoniosa possível, relacionada com os civis. A desnazificação desta parte da população tomará a forma de reeducação através de repressões ideológicas (supressão) dos paradigmas nazis e de uma dura censura não só na esfera política, mas também nas esferas da cultura e da educação. Foi através da cultura e da educação que a nazificação generalizada e em larga escala da população foi conduzida, assegurada pelas garantias de dividendos da vitória do regime nazi sobre a Rússia, pela propaganda nazi, violência interna e terror, e pela guerra de oito anos contra o povo de Donbas, que se rebelou contra o nazismo ucraniano.

A desnazificação só pode ser conduzida pelo vencedor, o que significa (1) o seu controlo incondicional sobre o processo de desnazificação e (2) a autoridade que pode assegurar esse controlo. Para este fim, um país que está a ser desnazificado não pode possuir soberania. O Estado desnazificador, a Rússia, não pode adotar uma abordagem liberal em relação à desnazificação. A ideologia do desnazificador não pode ser contestada pelo culpado que está a ser desnazificado. Quando a Rússia admite que a Ucrânia precisa de ser desnazificada, admite essencialmente que o cenário da Crimeia não pode ser aplicado a toda a Ucrânia. Com toda a justiça, este cenário também não foi possível no insurgente Donbas em 2014. Apenas a rebelião de oito anos contra a violência e o terror nazis conseguiu resultar numa unificação interna e numa recusa deliberada, explícita e em larga escala de manter qualquer associação ou relação com a Ucrânia, que se identificou como uma comunidade nazi.

O período de desnazificação não pode levar menos de uma geração que tem de nascer, ser educada e amadurecer sob as condições da desnazificação. A desnazificação da Ucrânia dura há mais de 30 anos — começando já em 1989, quando o nacionalismo ucraniano recebeu formas legais e legítimas de auto-expressão política e liderou o movimento pela “independência”, estabelecendo um rumo para o nazismo.

Marchas nacionalistas na Ucrânia — RIA Novosti, 01.04.2022

A actual Ucrânia nazificada é caracterizada pela sua falta de forma e ambivalência, o que lhe permite disfarçar o nazismo como a aspiração à “independência” e o caminho “europeu” (ocidental, pró-americano) do “desenvolvimento” (na realidade, à degradação) e afirmar que “não há nazismo” na Ucrânia, “apenas alguns incidentes esporádicos”. De facto, não há um partido nazi principal, nenhum Führer, nenhuma lei racial de pleno direito (apenas uma versão reduzida sob a forma de repressão contra a língua russa). Como resultado — nenhuma oposição ou resistência contra o regime.

No entanto, tudo o que foi mencionado acima não faz do nazismo ucraniano uma “versão leve” do nazismo alemão da primeira metade do século XX. Muito pelo contrário: uma vez que o nazismo ucraniano está livre de tais normas e limitações de “género” (que são essencialmente um produto de tecnologias políticas), pode propagar-se livremente como uma base para qualquer nazismo — tanto europeu como, na sua forma mais desenvolvida, para o racismo americano. É por isso que não pode haver compromisso durante a desnazificação, como no caso da fórmula “não à OTAN, sim à UE”. O Ocidente coletivo é em si mesmo o arquiteto, fonte e patrocinador do nazismo ucraniano, enquanto os apoiantes banderistas da Ucrânia Ocidental e a sua “memória histórica” são apenas uma das ferramentas da nazificação da Ucrânia. O ucronazismo representa uma ameaça muito maior para o mundo e a Rússia do que a versão hitleriana do nazismo alemão.

Soldado das Forças Armadas russas no posto de controlo — RIA Novosti, 25.03.2022

Aparentemente, o nome “Ucrânia” não pode ser mantido como título de qualquer entidade estatal totalmente desnazificada no território libertado do regime nazi. As repúblicas populares, recentemente criadas nos territórios livres do nazismo, devem e irão desenvolver-se com base em práticas de auto-governo económico e de segurança social, restauração e modernização dos sistemas de serviços essenciais para a população.

A sua direção política não pode ser neutra na prática: a redenção da sua culpa perante a Rússia por tratá-la como um inimigo só pode manifestar-se confiando na Rússia nos processos de restauração, renascimento e desenvolvimento. Nenhum “Plano Marshall” pode ser permitido nestes territórios. Não pode ser possível uma “neutralidade” no sentido ideológico e prático compatível com a desnazificação. Indivíduos e organizações que se vão tornar instrumentos de desnazificação nas novas repúblicas desnazificadas não podem deixar de contar com o apoio organizacional e forçado direto da Rússia.

A desnazificação incluirá inevitavelmente a desucranização — a rejeição da inflação artificial em larga escala da componente étnica na auto-identificação da população dos territórios históricos de Malorossiya e Novorossiya, que foi iniciada pelas autoridades soviéticas. Sendo um instrumento da superpotência comunista, este etnocentrismo artificial não foi deixado por reclamar após a sua queda. Foi transferido no seu papel subserviente para uma superpotência diferente (o poder acima dos Estados) — a superpotência do Ocidente. Precisa de ser reconduzido dentro dos seus limites naturais e despojado da sua funcionalidade política.

Autocarro com prisioneiros de guerra ucranianos na periferia de Mariupol — RIA Novosti, 23.03.2022

Ao contrário, por exemplo, da Geórgia ou dos Estados Bálticos, a história provou ser impossível à Ucrânia existir como um estado-nação, e quaisquer tentativas de “construir” um tal Estado-nação conduzem naturalmente ao nazismo. O ucranismo é uma construção artificial anti-russa que não tem substância civilizacional própria, um elemento subordinado de uma civilização estranha e alienígena. A desbanderização por si só não será suficiente para a desnazificação: o elemento banderista é apenas uma mão e um ecrã, um disfarce para o projeto europeu da Ucrânia nazi, razão pela qual a desnazificação da Ucrânia significa a sua inevitável deseuropeização.

As elites banderistas devem ser eliminadas; a sua reeducação é impossível. O “pântano” social, que os tem apoiado ativa e passivamente através da ação e da inação, deve passar pelas dificuldades da guerra e interiorizar a experiência vivida como uma lição histórica e a redenção da sua culpa. Aqueles que não apoiaram o regime nazi e sofreram com ele e com a guerra que começou em Donbas devem ser consolidados e organizados, devem tornar-se a espinha dorsal das novas autoridades, o seu enquadramento vertical e horizontal. A história tem mostrado que as tragédias e dramas do tempo da guerra beneficiam os povos que foram tentados e arrastados pelo seu papel de inimigos da Rússia.

A desnazificação como objetivo da operação militar especial dentro dos limites da própria operação significa uma vitória militar sobre o regime de Kiev, a libertação dos territórios dos apoiantes armados da nazificação, a eliminação dos nazis de linha dura, a prisão dos criminosos de guerra, e a criação de condições sistémicas para uma maior desnazificação em tempo de paz.

Equipamento militar ucraniano abandonado na região de Kherson — RIA Novosti, 27.03.2022

Estas últimas, por sua vez, devem começar com o estabelecimento de governos locais, milícias e instituições de defesa, limpos dos elementos nazis, o lançamento com base nos seus processos constituintes para criar um novo Estado republicano, a integração deste Estado na estreita cooperação com a agência russa de desnazificação da Ucrânia (recentemente estabelecida ou reorganizada com base na desnazificação, por exemplo, o Rossotrudnichestvo [organismo de propaganda internacional da Rússia]), a adoção do quadro regulamentar republicano (legislação) sobre desnazificação sob controlo russo, a definição de fronteiras e quadros para a aplicação direta do direito russo e da jurisdição russa no território libertado no que diz respeito à desnazificação, a criação de um tribunal para crimes contra a humanidade na antiga Ucrânia. A este respeito, a Rússia deveria atuar como guardiã dos Julgamentos de Nuremberga.

Tudo isto significa que, para alcançar os objetivos da desnazificação, é necessário o apoio da população, bem como a sua transição para o lado russo após a sua libertação do terror, violência e pressão ideológica do regime de Kiev, e após a sua retirada do isolamento informativo. Naturalmente, levará algum tempo para que as pessoas recuperem do choque das hostilidades militares, para se convencerem das intenções a longo prazo da Rússia, o que significa que “não serão abandonadas”. É impossível prever exatamente em que territórios uma tal massa da população constituirá uma maioria criticamente necessária. A “província católica” (Ucrânia Ocidental, constituída por cinco oblasts) dificilmente se tornará parte dos territórios pró-russos. A linha de exclusão, no entanto, será encontrada experimentalmente. Atrás da linha, uma Ucrânia forçosamente neutra e desmilitarizada permanecerá, com o nazismo formalmente proibido e hostil à Rússia. É para aqui que irão os detratores da Rússia. A ameaça de uma continuação imediata da operação militar em caso de não cumprimento dos requisitos enumerados deve tornar-se uma garantia da preservação desta Ucrânia obsoleta num estado neutro. Talvez isto exija uma presença militar russa permanente no seu território. Desde a linha de exclusão até à fronteira russa, haverá um território de potencial integração na civilização russa, que é inerentemente anti-fascista.

Participantes em marcha nacionalista para assinalar o 109º aniversário de Stepan Bandera em Lviv — RIA Novosti, 05.03.2022

A operação de desnazificação da Ucrânia, que começou com uma fase militar, seguirá a mesma lógica de fases em tempo de paz que durante a operação militar. Em cada fase, será necessário conseguir mudanças irreversíveis, que se tornarão os resultados da fase correspondente. Neste caso, as etapas iniciais necessárias da desnazificação podem ser definidas da seguinte forma:

— A eliminação das formações armadas nazis (o que significa quaisquer formações armadas da Ucrânia, incluindo as Forças Armadas da Ucrânia), bem como as infra-estruturas militares, informativas e educativas que asseguram a sua actividade;

— O estabelecimento de instituições e milícias de autogoverno popular (defesa e aplicação da lei) dos territórios libertados para proteger a população do terror dos grupos nazis subterrâneos;

— A instalação do espaço de informação russo;

— A apreensão de materiais educativos e a proibição de programas educativos a todos os níveis que contenham diretrizes ideológicas nazis;

— Investigações em massa destinadas a estabelecer a responsabilidade pessoal por crimes de guerra, crimes contra a humanidade, a difusão da ideologia nazi, e o apoio ao regime nazi;

— Lustração [saneamento], tornando públicos os nomes de cúmplices do regime nazi, envolvendo-os em trabalhos forçados para restaurar as infraestruturas destruídas como castigo pelas atividades nazis (de entre aqueles que não foram sujeitos à pena de morte ou à prisão);

— A adoção a nível local, sob a supervisão da Rússia, de atos normativos primários de desnazificação “a partir de baixo”, uma proibição de todos os tipos e formas de renascimento da ideologia nazi;

— O estabelecimento de memoriais, sinais comemorativos, monumentos às vítimas do nazismo ucraniano, perpetuando a memória dos heróis da luta contra ele;

— A inclusão de um conjunto de normas anti-fascistas e de desnazificação nas constituições das novas repúblicas populares;

— A criação de instituições permanentes de desnazificação por um período de 25 anos.

A Rússia não terá aliados na desnazificação da Ucrânia. Porque se trata de um assunto puramente russo. E também porque não é apenas a versão de Bandera da Ucrânia nazi que será erradicada. O processo irá também, e acima de tudo, afetar o totalitarismo ocidental, os programas impostos de degradação e desintegração civilizacional, os mecanismos de subjugação sob a superpotência do Ocidente e dos Estados Unidos.

Mulher envolta na bandeira ucraniana em Brighton Beach em Nova Iorque — RIA Novosti, 17.03.2022

A fim de pôr em prática o plano de desnazificação da Ucrânia, a própria Rússia terá de se separar finalmente das ilusões pró-europeias e pró-ocidentais, reconhecer-se como a última autoridade na proteção e preservação dos valores da Europa histórica (o Velho Mundo) que merecem ser preservados e que o Ocidente acabou por abandonar, perdendo a luta por si próprio. Esta luta continuou ao longo do século XX e encontrou a sua expressão na guerra mundial e na revolução russa, que estavam inextricavelmente ligadas umas às outras.

A Rússia fez todo o possível para salvar o Ocidente no século XX. Implementou o principal projeto ocidental que constituía uma alternativa ao capitalismo, que derrotou os Estados-nação — o projeto vermelho socialista. Esmagou o nazismo alemão, uma descendência monstruosa da crise da civilização ocidental. O último ato do altruísmo russo foi a sua mão estendida de amizade, pela qual recebeu um golpe monstruoso nos anos 90.

Tudo o que a Rússia fez pelo Ocidente, fê-lo à sua própria custa, fazendo os maiores sacrifícios. O Ocidente acabou por rejeitar todos estes sacrifícios, desvalorizou a contribuição da Rússia para a resolução da crise ocidental, e decidiu vingar-se da Rússia pela ajuda que tinha prestado desinteressadamente. A partir de agora, a Rússia seguirá o seu próprio caminho, não se preocupando com o destino do Ocidente, confiando noutra parte do seu património — a liderança no processo global de descolonização.

200 metros de bandeira ucraniana no Estádio Olímpico. Como curar a Ucrânia da sua síndrome de Estocolmo? — RIA Novosti, 02.03.2022

Como parte deste processo, a Rússia tem um elevado potencial para parcerias e alianças com países que o Ocidente oprimiu durante séculos e que não vai voltar a colocar sob o seu jugo. Sem o sacrifício e a luta russa, estes países não teriam sido libertados. A desnazificação da Ucrânia é ao mesmo tempo a sua descolonização, que a população da Ucrânia terá de compreender quando começar a libertar-se da intoxicação, tentação, e dependência da chamada escolha europeia.

 

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