A Guerra de Três Biliões de Dólares

Joseph Stiglitz ganhou o Nobel de Economia em 2001 com um estudo sobre os "mercados com informação assimétrica" e demonstrou que as transacções favorecem sempre os que dispõem de mais informação, pregando com isso o último prego no caixão do liberalismo económico. Diz ele que a razão porque a mão invisível de Adam Smith é invisível é porque "ou está paralítica ou não existe".

Stiglitz escreveu recentemente um livro, "The Three Trillion Dollar War", estimando os custos reais da guerra do Iraque (3 triliões de dólares para um americano são 3 biliões de dólares para um europeu, ou US$ 3 000 000 000, ou ainda US$ 3,0E+12. De notar que o Produto Mundial Bruto são 65 biliões de dólares, ou US$ 65E+12 — ver post anterior).

Já há uns tempos que ando a matutar sobre os custos das guerras nos tempos modernos. Em todos ou quase todos os casos, nas últimas décadas, creio que os custos foram ruinosos, quer para agressores quer para agredidos. Até, digamos, talvez o fim do século XIX, as guerras representavam um benefício económico para o vencedor, ou pelo menos uma vantagem estratégica comprada por um preço muito alto, mas aceitável, atendendo ao valor dessa vantagem. Não creio que seja esse o caso hoje. Quem desencadeia uma guerra paga a gracinha com a sua própria ruína económica.

Isto é capaz de ser muito bom para a causa da paz...

Stiglitz na Colbert Nation (Comedy Central) (ing.)

Animação com o conceito dos custos da guerra (ing.)

Artigo na Vanity Fair com excertos do livro (ing.)

Página pessoal de Joseph Stiglitz (ing.)

Blog sobre o custo da guerra (ing.)

Artigo de Stiglitz sobre este assunto no Diário Económico (port.)

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