Esquerda e moral
Há tempos escrevi uma espécie de ajuste de contas pessoal com o marxismo, que republico aqui . Era um balanço das ideias marxistas radicais que professei na minha juventude - e talvez uma tentativa de encontrar uma saída do niilismo centrista em que me mantive desde que as abandonei, há 29 anos. Mas bater no marxismo é fácil, dada a sua completa falência histórica. O que não é nada fácil é imaginar o que se lhe segue, como filosofia do pensamento e da acção progressista. Era nesse ponto que o meu artigo me deixou insatisfeito. Pensar no futuro, pois. Deverá haver uma continuidade do pensamento progressista? Sem dúvida, pelo menos para manter o equilíbrio político. Com tantos problemas difíceis a exigir soluções, da situação ambiental à crise económica, das desigualdades no mundo às opções morais individuais, da concepção do estado e do cidadão à visão do mundo, tem que haver um renascimento do pensamento progressista gerador de políticas mais criativas, de opções mais interessantes...